Avanço da vacinação e flexibilização de medidas colocam em pauta a volta ao trabalho presencial; sua empresa está preparada? Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a flexibilização das medidas protetivas, a volta às atividades presenciais, será uma realidade. E é bom estar preparado para isto. Seja no comércio, nas salas de aulas, academias, bares, hotéis e restaurantes, por exemplo, aos poucos a vida está voltando ao normal. Ou ao “novo normal”.
Muita gente, no início da pandemia, viu o home office como algo ruim. Mas aos poucos o mercado foi se adaptando. “Todos foram pegos de surpresa com a pandemia e muitas empresas não tiveram maturidade para entender que neste momento de disrupção o home office não deveria ser visto como algo ruim, mas sim como um salto no futuro para incrementar os negócios e melhorar a qualidade de vida dos funcionários”, avalia a advogada Patrícia Punder, da Punder Advogados.
Ela lembra que muitas empresas, infelizmente, não fizeram melhorias em seus programas de compliance, com o intuito de ajudar os funcionários e os executivos a terem regras mais claras sobre como deve ser a etiqueta corporativa (boas práticas) durante a pandemia.
“Não desenvolveram políticas de home office ou de trabalho remoto, as cobranças via WhatsApp ou e-mail literalmente ficaram sem fuso horário. A pressão por produtividade aumentou devido à falsa ideia de que trabalhar remotamente significa férias”, aponta a advogada.
Segundo estudo da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, os funcionários que atuaram remotamente trabalharam 30% a mais quando comparado ao período em que estavam fisicamente nos escritórios.
Para termos uma ideia do tamanho desse impacto, quase metade das empresas adotou a prática do home office no Brasil durante o período da pandemia,
Durante este período, muitas transformações ocorreram, também. Novos hábitos e comportamentos surgiram, e ao que tudo indica, permanecerão, como abordamos no nosso blog da UniOpet.
E para que todas as novas práticas sejam cumpridas à risca, entre outras, serão necessários treinamentos de conscientização, com apoio do Departamento de Recursos Humanos em estabelecer programas para ajudar na saúde física e mental dos funcionários.
Além do planejamento estrutural, também será necessário cuidar das pessoas.
De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais de 30% das empresas devem seguir trabalhando remotamente no pós-pandemia. A forma como isso acontecerá é que será diferente.
De acordo com o “novo normal”, não será necessário desenvolver 100% das atividades em casa, tampouco ficar full time na empresa. Existe um meio termo e é aí que habita o futuro do trabalho.
O anywhere office está ganhando força e os colaboradores precisam estar preparados para essa nova maneira de trabalhar.
O trabalho remoto seguirá sendo uma realidade e o contato físico deve continuar reduzido na volta ao escritório. Isso porque, no anywhere office, nem todo o time ocupa o mesmo espaço.
Nesse sentido, as empresas devem desenvolver estratégias de endomarketing e comunicação interna para que os funcionários que trabalham remotamente possam se sentir parte de algo.
Nesse momento de mudança, o fator humano é muito necessário. Os gestores devem agir com empatia e sempre buscar meios para que os trabalhadores possam se sentir mais à vontade para executar as suas atividades.
Dessa maneira, ficará mais fácil preparar a equipe para a volta ao mercado de trabalho. Veja como:
Flexibilização de horários
As regras estabelecidas durante a pandemia, permanecerão quase iguais. Como o vírus é de fácil transmissão, evitar aglomerações continua sendo uma boa medida de segurança, que certamente será adotada no meio empresarial a partir da adoção da flexibilização de horários.
Com isso, é interessante a empresa negociar com os seus colaboradores horários alternativos de trabalho, de modo a montar uma escala que priorize o mínimo de funcionários juntos.
Álcool e distanciamento
A presença do vírus impôs hábitos mais rígidos de higiene e de convivência social. Essa cultura preventiva pode ser estendida ao meio empresarial e escolar com a adoção de medidas simples.
Já está comprovado cientificamente que o álcool em gel, com grau alcoólico de 70%, é eficaz na prevenção do coronavírus. Assim, trata-se de um excelente desinfetante para as mãos, assim como para objetos e superfícies.
Deste modo, é muito importante que as empresas disponibilizem para seus funcionários uma quantidade satisfatória de álcool em gel, distribuindo os frascos principalmente em locais como entrada, saída e banheiros. E, claro, na mesa de cada funcionário.
Outra medida que pode ser adotada é a separação das mesas com placas de acrílico.
Rotina de limpeza
Na volta ao trabalho presencial, existirá a necessidade de aumentar a rotina de limpeza em todos os ambientes de trabalho da empresa. Isso inclui elevar a frequência com que os corrimões, maçanetas e demais superfícies são devidamente desinfetadas.
Além disso, é válido ter atenção com a limpeza dos banheiros, já que esses ambientes são considerados por muitos especialistas como um local de risco maior quando não higienizados.
Adoeceu? Fique em casa
É extremamente importante manter um diálogo aberto com todos os funcionários de maneira a deixá-los confortáveis. Dessa forma, eles saberão que não há problema em informar sobre algum problema de saúde.
E, caso um colaborador manifeste algum sintoma da Covid-19 ou tenha alguma suspeita em relação à doença, o ideal é incentivá-lo a permanecer em casa e retomar as atividades presenciais apenas após o período de afastamento apropriado.
Atenção à saúde mental
Todos sabem que a pandemia mexeu com a saúde física e mental da população. Por mais que o isolamento social seja uma medida eficaz no combate à doença, ele pode acarretar impactos negativos no psicológico. As consequências de um isolamento tão prolongado ainda estão sendo estudadas no mundo inteiro.
A volta do trabalho presencial pós-pandemia levanta uma questão que exige muita atenção por parte das empresas e seus gestores: o monitoramento da saúde mental dos colaboradores.
Qualidade de vida
Preocupar-se com a saúde mental dos colaboradores levanta dois aspectos importantes. O primeiro diz respeito à demonstração de zelo e consideração que a empresa tem pela sua equipe de trabalho, o que é fundamental.
O outro ponto se associa com o fato de que colaboradores mais felizes são capazes de produzir mais. Ou seja, é imprescindível que as empresas garantam ambientes de trabalho cada vez mais seguros, projetados de forma a conciliar a produção profissional e a qualidade de vida dos funcionários.
Engajamento da equipe
Todas essas medidas de segurança são importantes e precisam ser consideradas por todas as empresas que voltarão a ter trabalhos presenciais. Entretanto, sem o devido engajamento de toda a equipe, essas ações preventivas muito provavelmente não serão eficazes, já que a conduta irresponsável de apenas um funcionário pode colocar em risco o trabalho e a segurança de todos.
Para melhorar esse engajamento, promover ações dentro da empresa, como palestras, que visem conscientizar os colaboradores quanto à importância do seu papel na prevenção da saúde coletiva e que o desafio será vencido com o trabalho em grupo.
A volta do trabalho pós-pandemia é um assunto que requer uma atuação em conjunto, tanto por parte das empresas, quanto por parte dos colaboradores. Vale enfatizarmos ainda que todas essas medidas preventivas que destacamos não devem ser entendidas como um custo, mas sim como um investimento, visto que elas promovem a saúde, levando a uma otimização do custo do plano de saúde corporativo.
Artigo publicado no site do Grupo Opet, 21 de outubro/21.
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