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6 Motivos do Papel Crucial da Alta Liderança no ESG

Por Patrícia Punder (*)

O comprometimento e envolvimento da Alta Direção das organizações são essenciais para a efetividade de um programa de ESG. Contudo, temos observado muitas empresas onde existe este comprometimento, mas não seu envolvimento direto. Não há problema em delegar, no entanto, é necessário ter um profissional, ou time de profissionais, apto para atuar em ESG. Ademais, devem prover orçamento e monitorar os indicadores do programa que precisam ser aprovados pelo Conselho Administrativo, ou instancia máxima da empresa.

 

Existem também situações em que não há nem o comprometimento, nem o envolvimento da Alta Direção. A empresa quer apenas vender uma imagem falsa, para a sociedade, sobre a existência deste programa, motivo pelo qual temos acompanhado exemplos práticos, nas mídias nacionais e internacionais, nos quais empresas estão envolvidas em escândalos de greenwasing, socialwashing, boardwashing, diversitywashing, esgwashing, ethicalwashing etc.

 

Mas, por quais motivos a Alta Liderança desempenha um papel crucial nos programas de ESG?

 

1.     Definição de prioridades. Sem o apoio da Alta Liderança, os programas de ESG podem não receber a devida prioridade, como alocação de recursos. Além disto, a falta de integração com a estratégia central da empresa pode resultar em iniciativas fragmentadas e pouco eficazes;

 

2.     Cultura organizacional. A Alta Liderança desempenha um papel único na formação desta cultura, se a sustentabilidade e ética não estiverem enraizados nos valores da empresa, e não forme promovidos ativamente pela Alta Liderança, os colaboradores podem não se sentir motivados, nem acreditar no programa de ESG;

 

3.     Comunicação eficaz. A Alta Direção tem o papel crucial na comunicação da visão e dos objetivos relacionados ao programa ESG. Sem diálogo claro, transparente e constante, os colaboradores podem não entender completamente a importância das iniciativas de ESG, resultando em falta de engajamento;

 

4.     Acesso a recursos. Os programas de ESG podem vir a requerer investimentos significativos em tecnologia, treinamento e processos sustentáveis. Isso exige planejamento em investimento a ser definido em curto, médio e longo prazo. Sendo assim, sem o apoio financeiro e alocação adequada de recursos, estes programas podem falhar na implementação efetiva;

 

5.     Falta de envolvimento em tomadas de decisões estratégicas. Sem o envolvimento ativo da Alta Direção em decisões estratégicas relacionadas ao programa de ESG, as considerações sustentáveis e éticas podem ser negligenciadas. Isso inclui decisões sobre a cadeia de fornecimento, inovação e expansão, onde a Alta Direção deve incorporar os princípios de ESG;

 

6.     Desalinhamento com as expectativas dos stakeholders. Alta Liderança descomprometida pode não reconhecer a crescente importância que as partes interessadas atribuem as práticas de ESG. Isso resulta em falta de alinhamento com as expectativas dos investidores, clientes, colaboradores e comunidades, o que pode gerar impactos negativos na reputação da empresa.

 

Concluindo: a falta de apoio da Alta Liderança pode minar a integridade, coesão e a efetividade dos programas de ESG. É crucial que as Altas Lideranças das empresas compreendam e respaldem todas as iniciativas dos programas de ESG para garantir que estas se tornem parte integral da estratégia de negócios e da cultura organizacional das empresas.

 

Patricia Punder é advogada e CEO da Punder Advogados

 

Artigo publicado no portal Channel 360, 12 de dezembro de 2023.

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